“... de receber do tempo o sonho mais
profundo.”
e. e. cummings
Deslocamento existencial. O caminho entre a
juventude e a leitura, passando pela dor constante do tempo perdido, do amor,
da guerra, da morte, o falso-dorso, entre páginas marcadas por cintilante tinta,
o esquecido entre as estantes, livro empoeirado, leitura retomada, a lentidão
do passo, o caminhar até a cozinha, o ir até a piscina, nadar para salvar a
alma do cansaço, uma dose de esperança, coração, a mão e braços em movimento
constante.
O aprendizado da vida, retilíneo de uma
margem a outro lado do rio, olhar em viagem constante, o remédio em dose, a
pressão arterial em sinfonia com violinos, abatimentos ocultos, o corpo em
sincronia com o tempo de viver, o acordar antes que o tempo se apresse, o café
ao sol, a fruta seca à janela, o pássaro que canta na palmeira. O primeiro dia
da semana, o copo de vinho depois do expediente, a leitura final no começo da
noite. A eterna solidão deste lugar sem futuro. Um país que envelhece os
sonhos.
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