terça-feira, 24 de maio de 2022

Pôr dentro


 

“... nem vazios, nem tempos mortos
Os filmes avançam com trens à noite”
François Truffaut

 

Textura, armaduras de ideias, planta de grandes bibliotecas,

estantes em lugares vazios, entre livros, sem a luz natural.

Beijo beijo, o amor é ensejo, um lance na clareira, 

um par de pernas, o ar agradece o movimento dos corpos.

A alma padece de solidão, depois do adeus,

o último olhar é o que importa.

Mantenha as luzes acessas da sala, os fantasmas agradecem todo 

esse amor no mofo das paixões.

Uma livraria, amor dos olhos, de mãos a afagar livros, mortes a 

caminho, rugas que atravessam vidas.

E o sonho perdura até o fim, o tempo talvez não tenha sido mais 

generoso do que uma xícara de café. 

E que nada lhe tirará, que estrago na vida já cuidou de fazê-lo.

E a solidão existe, longe dos livros.


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