domingo, 27 de março de 2022

Startups da alma

     Arquivo pessoal,  Nice 
 

“Dedicatória: Me ame, ame meu guarda-chuva.”
James Joyce

 

Nota significativa para quem se sente feliz no seu canto, para quem tem um refúgio para a alma, para suas incongruentes manias de viver, de poder se sentir bem num canto, mesmo que seja na parte mínima de um lugar pequeno chamado casa. Um lugar que se transforma em espaço infinito, onde se pode sentir a liberdade de estar só. A tarde que esfria, o sol recolhe o calor externo, sozinho se pode vislumbrar a solidão do seu lado mais poético, às vezes assusta o instante em que aparece na casa do seu Ser. Parecendo filme, livro, uma viagem que se torna tão real que já não distingue se um dia saiu de seu canto do pensar sobre algo, ou se realmente existe base para conectar a leitura de um livro, a audição de uma música com o filme que está na memória e foi assistido há um tempo, e se tudo isso faz parte da realidade ou é mera participação do voo do inconsciente que se lança para diante do corpo. E se tudo isso era só um lugar para sonhar. E aí se pensa que sonhar pode ser a construção de algo, uma sociedade entre o Eu e o Outro que resolve fazer projetos para mudar, e olha o mundo lá fora e vê que ele tem vida, pulsa e também a Solidão é parte dos que destroem e dos que querem salvar e ser salvos.  

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