“Dedicatória: Me
ame, ame meu guarda-chuva.”
James Joyce
Nota significativa para quem se sente feliz
no seu canto, para quem tem um refúgio para a alma, para suas incongruentes
manias de viver, de poder se sentir bem num canto, mesmo que seja na parte
mínima de um lugar pequeno chamado casa. Um lugar que se transforma em espaço
infinito, onde se pode sentir a liberdade de estar só. A tarde que esfria, o
sol recolhe o calor externo, sozinho se pode vislumbrar a solidão do seu lado
mais poético, às vezes assusta o instante em que aparece na casa do seu Ser.
Parecendo filme, livro, uma viagem que se torna tão real que já não distingue
se um dia saiu de seu canto do pensar sobre algo, ou se realmente existe base
para conectar a leitura de um livro, a audição de uma música com o filme que
está na memória e foi assistido há um tempo, e se tudo isso faz parte da
realidade ou é mera participação do voo do inconsciente que se lança para
diante do corpo. E se tudo isso era só um lugar para sonhar. E aí se pensa que
sonhar pode ser a construção de algo, uma sociedade entre o Eu e o Outro que
resolve fazer projetos para mudar, e olha o mundo lá fora e vê que ele tem
vida, pulsa e também a Solidão é parte dos que destroem e dos que querem salvar
e ser salvos.
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