“O mundo que caminha em mim
é um mundo além do alcance”
Paul Auster
O teu dia, o dia de todos, ao menos esse dia,
O que o frio congelou dos sentimentos,
Através de um vento que não adia,
Regra a dor em forma de céu sem
consentimentos.
E a névoa que desfaz um outono que afunda o
vidro,
Espelha os dedos na janela, o corpo de
esconder,
Objetos da casa na sonoridade do zunido do
frio,
Descansa o sonho que está fechado,
provisório do amor.
O mundo é um passo gigante que afunda os
sonhos,
O futuro da espécie humana passa nos olhos,
O coração aperta as pontas, fecha as
páginas, vaporiza,
Bafeja em tudo sua força, varre as ideias,
renasce do nada.
O céu abre-se, rugas evidenciam a essência
da vida,
O tempo demonstra sua indiferença à revolta
do ser,
De nada adianta pisar na relva para
alcançar a paz,
O degelo é o que assombra o egoísmo das
manhãs.
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