“Não
beberemos lá da água da vida.
Não
ficaremos curados.
Não
veremos sinais.
Lá
simplesmente teremos sido.”
Peter
Handke
Um
livro tem que ter textura,
folhas
que cativam, páginas a iludir,
tempo
de esquecer e lembrar.
O livro
é o descanso da vida,
a
evocação do desconhecido,
fonte
suficiente para as ideias.
Espaço
da linguagem e da dança,
as
letras deslizando no pensar:
o
livro é o mundo, um novo alimento ao Ser.
De
todo o sentimento, o sentir é o caminho ao nada:
estar
sob o domínio da palavra, a cobertura da vida,
um
bolo cheio de ideias para se comer.
Da
escrita nasce o poema, a dor morre junto,
no
haver, a língua, a dobra do querer,
o
fim do livro é o convite para o não esquecer.
A
memória está salva, a nossa língua aprende nos livros,
na
linguagem que desfaz a solidão,
o translucidar
do conteúdo em forma.
Tudo
é claro e oculto,
o
tempo se fixa no ilimitado,
tem
de existir, depois poder morrer nas páginas.
Existir
sem o seu criador,
depois
saber Ser,
Nadar
nas águas do desconhecido.
(Post
scriptum: Só escrevo o que sinto. O Nada edificante, o poético lava a alma,
ao nadar estou vivo, ao ler estou mergulhado.)
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