Aigues-Mortes - France
“Adorava poder mostrar-lhe o filme, mas, por outro
lado, sei que tem outras coisas na cabeça.”
(Win Wenders sobre o Papa Francisco)
Ainda
procura ver os rostos, nada pessoal, ele ainda busca enxergar todos em sua
individuação, a captura do anonimato é a imagem oca, ele busca ver os olhos dos
anônimos.
As
imagens confundem o centro, rasga os lados, alarga os braços, entorna o vinho
sobre o mundo,
Ele
procura os olhos, ausculta o som do mundo,
Ele
vigia os sentidos, vê a face do desconhecido, os olhos na multidão é como o
tempo que não tem dimensão única, interminável aos olhos a imagem-tempo.
Ele
ainda vê tudo como observador privilegiado, o mundo não muda, mãos que
matam mudam.
Ele
busca o movimento da humanidade, a contínua ida ao desconhecido do Ser, procura o olhar que retorna em sua finitude.
Ele
é o observador do que se esgota, do tempo que permanece movente, percebe o transmutar e o que permanece intacto.
O
movimento é como a música no filme, um travelling que no silêncio faz
a imagem ser os olhos dele,
Ele permanece a olhar o tempo dos olhos esquecidos, dos que creem e os que vivem a pensar nas possibilidades de vida.
Ele permanece a olhar o tempo dos olhos esquecidos, dos que creem e os que vivem a pensar nas possibilidades de vida.
Os
olhos dele é o signo, que na cena entranha o desconhecido, a imagem-movimento
que se dispersa na multidão no momento certo em que o silêncio solapa em meio aos
olhos presos na linha do tempo que desfia a ilusão da permanência.
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