"Nesses dias
há grandes rebanhos silenciosos de carniceiros negros vigiados pela polícia,
quando a noite cai...”
Paul Nizan
Paul Nizan
Se
toda dor, toda tristeza percorresse o país o que seria de mim? todo em lágrimas
e dor, na veia em fusão com águas dos rios, do mar que afasta a vida da vida.
Então, o que seria dos olhos sonhadores, mordido por tubarões, aves de outro
mundo, botas que pisotearam, afundaram mãos e braços até não ter mais
respiração.
O
que seria do corpo cansado, esfacelado da luta, da fuga do mal, do não querer
matar, não usar o gatilho que atira na vida? Querer voar o céu do país,
inventar um paraíso para o coração, ficar menos triste, sair da prisão que só a
falta faz quando tudo se transforma em ódio, faz o vento espalhar dores e
mortes esquecidas no cotidiano, queimar a pele com o ácido que mata a floresta,
que afunda barcos, que a presa mais atenta não consegue mais fugir da dor
imposta. Onde anda a história contada lá atrás? Não sei.
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