sábado, 13 de outubro de 2018

Invisíveis

                           Anjo caído. Jean Michel Basquiat. Catálogo da exposição no MAM Basquiat de Paris.



O que há com aqueles companheiros que esperam calmos e silenciosos ali na plataforma, tão calmos e silenciosos que colidem com a multidão em sua própria imobilidade”   

Ralph Ellison (Homem invisível)


Não engane os vivos, a prova de amor mais bela, a oculta vem para depois do medo, o invisível luta o que pinta, quem escreve morrerá nunca. A música que toca, o texto na tela não é como marca imposta no corpo. Somos milhões pelo mundo, nunca morremos, desaparecemos, cherie. Aos poucos, nos unimos no fundo, profundezas da dor, então, estamos vivos novamente. Continuamos dançando, pintando, o canto nunca silenciará. Somos criaturas invisíveis, somos vozes e corpos que renascem da dor. Somos a mistura da arte com a vida que é ofuscada, da voz que é aterrorizada, vozes surgem de todos os lados do mundo, a invisibilidade é a poética da resistência. A liberdade está dentro dos olhos tristes, da negritude, da brancura e de todas as cores nos dentes, da pele que envelhece. Os músculos no rosto enrugado que não apaga o brilho da vida.

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