“Poesia:
procura de um agora e de um aqui.”
Octavio Paz
A
poesia é o rastro da vida. O rastro de uma explosão no universo que estilhaça
em milhões de objetos, imagens, que nem todas as línguas conseguem dar
conta. Mas o fato de o signo estar colado no que existe, da nuvem de
linguagens, certamente é o que consegue ver além do olhar preso na realidade.
Caminhos que perdemos podem ser um leve encontro poético mediado por signos e
objetos. Quem um dia atravessou, quem passou por estradas, ruas, águas e o mais
distante nas alturas, pensou na construção de suas emoções? Nem tudo é poesia
na vida, mas a poética está em todos os lugares.
O fato de existir narrativas
sobre todas as coisas não significa que daí há poesia, mas a poesia está nela,
na narrativa que diante da linguagem se faz o poético mais oculto ou mais límpido aos olhos. Temos depois o processo da leitura da vida: o entendimento da vida
nem sempre é poético mas a beleza da forma deixa o conteúdo mais para a poesia
do que para a realidade. A realidade não tem obrigação de estar dentro do
poético, mas toda poesia está nas entranhas da vida.
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