quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Síntese do Vagar

    Neorrealismo

“Nada mais fácil do que dizer o eu é multiplicidade ou que é unidade ou que é a síntese de ambas.”
Henri Bergson

Nada mais fácil do que viver em meu espaço, nele consigo refazer a casa do pensar. Digo que é um espaço livre, absoluto, de todas as imposições de ordem moral... por que da moral, se não estou aqui me refazendo do mundo totalitário das coisas? Apenas aqui, é o espaço do pensar. Estou a dedilhar o acontecimento, o mundo dentro do mundo, o fora do mundo, o mito de viver bem, o mito da solidão etc. No meu espaço, convivo com os sonhos, as maquinações desse pensar, as tentativas de inventar o menor espaço possível para escapar com a palavra, atravessar a imaginação de mundos possíveis. É óbvio, a razão diria, isso é um monstro. Não quero meus sonhos em companhia da sensatez, prefiro a música, o pensamento, o livro que invade o tempo dos contrários. A contramão das ideias pode tudo mas não corrompe as pontas do pensar nesse meu espaço que bifurca em ruas do século XXI. O movente é a razão metafísica que me joga ao externo, ao desconhecido jogo de linguagem.
“As ruas são a morada do coletivo. O coletivo é um ser eternamente desperto, eternamente agitado que vivencia, experimenta, reconhece e imagina tantas coisas entre as fachadas quanto os indivíduos no abrigo de suas quatro paredes.” (Passagens, p. 958 – Walter Benjamin)



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