domingo, 11 de janeiro de 2015

Andaluzia



Vou pegar um trem, vou até a praia, até a tua rua.
Vou até a praia, vou fazer o vento dobrar a esquina,
Até encontrar teus dedos molhados, água e gozo,
Nadar até a beira do mar, te levar para o outro lado,
Vou pegar um vento, voar contigo até a lua.

No caminho encontrarei o estrago das civilizações,
Onde era a estrada hoje são os rastros, os trilhos,
Vou até o que cheira sal, a morte vem de dentro,
Atravessar os campos, passar os túneis da cidade,
Tudo me leva à pele, o que reveste os sentimentos.

Na trajetória do corpo, a bagagem de fuga, liberdade!
O que me fascina é não estar no estado de espírito, no tempo.
Morrer só se for a caminhar, a nadar, atravessar o oceano,
E te levar para os Arcos de La Frontera, ver o fim do dia,
À noite banhar Andaluzia com nossos passos.



Nenhum comentário:

Passagens

        Brassaï - Pont Neuf, Paris (1949)     “ As ruas são a morado do coletivo.” Walter Benjamin “Na praia, o homem, com os braços cru...