Vou pegar um trem, vou até
a praia, até a tua rua.
Vou até a praia, vou fazer
o vento dobrar a esquina,
Até encontrar teus dedos
molhados, água e gozo,
Nadar até a beira do mar,
te levar para o outro lado,
Vou pegar um vento, voar
contigo até a lua.
No caminho encontrarei o
estrago das civilizações,
Onde era a estrada hoje
são os rastros, os trilhos,
Vou até o que cheira sal,
a morte vem de dentro,
Atravessar os campos,
passar os túneis da cidade,
Tudo me leva à pele, o que
reveste os sentimentos.
Na trajetória do corpo, a
bagagem de fuga, liberdade!
O que me fascina é não estar
no estado de espírito, no tempo.
Morrer só se for a
caminhar, a nadar, atravessar o oceano,
E te levar para os Arcos
de La Frontera, ver o fim do dia,
À noite banhar Andaluzia
com nossos passos.
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