A Heitor Villa-Lobos
Hoje eu acordei bachiano, acordes em meu corpo,
O templo da vida, a música é refúgio,
O cérebro é como a casa da fortuna,
Sem movimento, o passo é solo sem som.
Os acordes do acordar trazem à vida o cheiro da
floresta,
O voo do pássaro a purificar, lá no alto o céu,
é o chapéu que nos protege.
A floresta é a força que desce as águas, o árido país
virou peça de museu de pedras.
O rio é a lembrança dos tempos, o passo voa abaixo do
azul, o verde é húmico, desintegra e nasce mais adiante.
A riqueza do coração descansa, o sol ilumina o solo que
cruza no som que vem do Amazonas até o sul do país.
Porque hoje, ao acordar, as bachianas me jogaram à
dança.
O murmúrio da natureza no rosto do acordar é o vagar
translúcido dos passos,
O rasgar do tempo atravessa o lamento do coração,
A terra não morre assim tão fácil, seria preciso silenciar o pulsar dos acordes que o vento traz da floresta.
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