domingo, 2 de novembro de 2014

A Corja





“Onde está o velho violinista Jones
Que brincou com a vida durante noventa anos,
Desafiando as geadas a peito descoberto,
Bebendo, fazendo arruaças, sem pensar na
                              [ esposa nem na família,
Nem em dinheiro, nem em amor, nem no céu?”
Edgar Lee Masters (1868-1950)



Os iludidos vêm à tona nos dias dos mortos, levantam os braços em nome da coroa de ouro do rei, do monstro azedo que passou por essas terras e deixou a conservação do solo, dos livros, da moral e da política intacto, preservada em conserva histórica que só de tempos em tempos se abre na primavera.
Os iludidos são os mesmo que iludiram o cemitério de The Spoon River, lá os mortos do mal se reúnem e saem a povoar o imaginário de algumas cabeças brilhantes da mídia. O psicanalista foi engolfado, esqueceu de ler o livro e acreditou no conto da vovozinha que um dia lhe narrou na hora da partir.
Os iludidos vivem um momento único na história, estão narrando a própria morte na vida que gostariam de ter.


Nenhum comentário:

Passagens

        Brassaï - Pont Neuf, Paris (1949)     “ As ruas são a morado do coletivo.” Walter Benjamin “Na praia, o homem, com os braços cru...