“Cão como metáfora, se
você consegue acompanhar o meu rumo, cão como emblema dos oprimidos, e você não
é nenhuma figura de retórica, meu garoto, você é real pra cachorro.”
Paul Auster
A paixão do Mr Bones ao amigo poeta, pária
aos olhos dos que julgam é o que não me move mais a ficar triste, mas é o que
mais me leva ao abandono do Mr. Bones, esse sim, o protagonista da solidão do
homem, do sonho do sonho no acaso do real que se perde nas histórias. Mr Bones
que saiu a procurar um novo amigo e se perde na dor que só o humano parece
sentir. Esse é o caminho que vai do exercício racional de pensar sobre a
escuridão de um outro lugar, de um Eu desconhecido às imagens que a vida nos
apresenta e das clareiras que o relógio do tempo soa ao longe. Ao limiar do
sentir e viver, é através das imagens que o romance nos leva de metáfora em
metáfora à poetização do companheiro cão.
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