domingo, 10 de agosto de 2014

Momentos possíveis do imaginário



    Firenze 


A escritura é o fortalecimento e também poder ser o que se esquece durante o passar do tempo. O tempo aqui como conceito diante do que é visto, do que tem diante dos olhos. Tanto faz olharmos por através da vidraça ou mesmo diante de um real supostamente dito, dentro do mesmo espaço, porque o imaginário criado nisso tudo é como o fogo que une o todo.
O que estava separado, o que estava distante acaba se unindo nas chamas. A escritura tem um pouco disso, mas se diferencia por sua unidade de ser, por sua fonte longe do imortalizado, é como Lyotard falou de Beckett que fez a “assinatura sofrer”, e ao longe – tudo tem a clareza e distância, dependendo dos limites próximos e da trajetória, olhamos os traços da escritura como quem se impressiona. Por vezes, no estranhamento, como se nada existisse além do que estamos vendo, mas para alguns nada é mais clarividente do que historicamente está estabelecido.

“O esquecimento do esquecimento não dá oportunidade apenas às encenações realistas, ele é essencial a qualquer metafísica: ao esforçar-se por apresentar a própria coisa, fundamento último, Deus, ser, a metafísica esquece-se de que a presença é ausente. Ter tudo presente é a bulimia do pensamento ocidental.”
Jean-François Lyotard
(Moralidades pós-modernas, p. 155-156, Papirus, 1996.)




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