quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A Ilusão do Real


“Assassinato do Real: isto soa como Nietzsche proclamando a morte de Deus. Mas este assassinato de Deus era simbólico, e iria transformar o nosso destino. Ainda estamos vivendo, metafisicamente vivendo, deste crime metafísico, como sobreviventes de Deus. Mas o crime perfeito não envolve mais Deus, mas a Realidade, e não se trata de um assassinato simbólico, mas de um extermínio.
(...) E isto porque o Real não está apenas morto (como Deus está); ele pura e simplesmente desapareceu. Em nosso próprio mundo virtual, a questão do real, do referente, do sujeito e seu objeto, não pode mais ser apresentada.”
Jean Baudrillard



O que é percebido, o que é visto antecipado por já estar lá, é que está fora do conceito, o conhecer disso é poder de observação ao longe; mais de perto, é poder compreender que se existe, é o que ali está no canto de todos os objetos, imagens inventadas, pensadas, antes mesmo de serem nomeadas e o que não precisa ser quantificado, por exemplo, a vida... é o que temos, o que está posto sobre o mundo. A vida é tempo sem tempo a preencher o ar com inaudito, com aquilo que ainda estamos tateando, o perceber é condição para se conhecer. Pássaros de um real que não existe.




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