terça-feira, 9 de julho de 2013

Os treze desaforismos de um voyeur



“Pensar é um ofício cujas leis estão minuciosamente fixadas.”
Padre Chenu (Marie-Dominique Chenu)



Voyeurismo é uma forma incontornável de voltar os dedos ao ponto de partida. O desejo.

Voyeurismo é a forma irreversível de voltar a punheta ao ponto inicial da procura. O desejo muda de janela.

O voyeur é aquele que se veste de maneira adequada mas escancara sua alma ao despir-se diante do objeto espreitado.

Os olhos do voyeur não permitem que a cerração tome conta do ambiente.

Todo voyeur deveria ter seu amuleto dentro da retina.

A mão de um voyeur transpira quando ele folheia a última página da História do olho.

O voyeur quando diz Não é porque está pensando no próximo Sim a outro vulto passante.

Um voyeur não tem religião, exceto quando ele diz: pelo amor de Deus, deixe eu ver essa marquinha.

A merda é que temos voyeur e voyeurs.....o moralista voyeur pode tudo, menos ser o traído pelo outro que existe dentro de si.

Nunca revele o seu sonho a um voyeur possessivo, ele poderá cegar o seu prazer para o resto dos dias.

O olhar é o ofício do voyeur cujos os sentidos estão na imagem só vista na alma do olhar.

O olho nu do voyeur desnuda tua leitura, depois parte sem dizer adeus.

A melhor história é aquela que se vê na leitura dos olhos.



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