terça-feira, 2 de julho de 2013

O Movimento da Vida, o Livro


É claro que o que move o livro é o acesso ao leitor, vice-versa, o leitor só faz o livro ter alguma importância se tiver o livro em mãos. Aos olhos, o pensamento movente e o que Bergson entoou: “O conhecimento que você me traz incompleto, eu o completarei”. Eis a questão: que tipo de livro, qualquer livro, qualquer texto, um romance, um ensaio, uma biografia, autoajuda, técnico, filosofia, qual mesmo? O desconexo para muitos não precisa ser e nem assim deseja a unificação mas o livro é nexo dos desconexos, é texto que vai da vertigem da linguagem à compreensão das páginas. Eu digo que tenho minhas preferências, como leitor, como alguém que busca escolher a partir do que lê, do que gosta, mesmo que isso tenha sua complexidade, que não contemple o todo do meu gosto, porque o negócio do livro é o negócio, mas eu aprendi mesmo sobre a importância do livro foi com o negócio Vida, com as relações que tive até aqui... até o século XXI desbancar o século passado. Nada de excepcional se o livro acabar, afinal de contas o dito pelo não dito não precisa da escritura para ser dito. Para clarear as ideais, aí sim, é como se a vida tivesse no sentido de dois trens que deslizam sobre os trilhos, a mesma velocidade, em vias paralelas, a sensação, é que para cada um dos trens, o que está sentado de um lado olha o outro, e se veem, sem movimento, como se estivessem parados, é assim, quando se está com o livro na mesma velocidade da vida. A vida parece que não passa, não sai do lugar, mas na realidade um desaparecerá antes que o outro possa perceber, tão rapidamente, que o outro só enxergará o que ficou na memória. Vestígios.  

“O mundo material, dizem, irá dissolver-se e o espírito afogar-se no fluxo torrencial das coisas. – Que se tranquilizem! A mudança, se consentirem em olhá-la diretamente, sem véu interposto, bem rapidamente lhes aparecerá como o que pode haver no mundo de mais substancial e de mais durável.”
                                                                              Henri Bergson 

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