“Quem pode enfrentar o sistema
globalizado? Com certeza não é o movimento antiglobalização, cujo único
objetivo é barrar a desregulação. Seu impacto político pode ser considerável,
mas o impacto simbólico é nulo. Essa violência ainda é uma espécie de peripécia
interna que o sistema pode superar, mantendo-se dono do jogo.”
Jean Baudrillard
A força do pensar baudrillardiano se mantém mais
do que viva, é o transparecer contra a representação, é o olhar ao sol contra o
olhar cadente, único, o olhar contra os que pensam que as ideias existem para
legitimar algo. Isso já passou. O tempo deles está morto, vem se desmoronando –
lá pela metade do século XX–, mas ninguém ousava pensar diferente, porque
pensar a diferença é sempre um afronto aos ideólogos de um estado de conceitos
que foram se sobrecarregando, obsedando, o mundo de uma fuligem que na certa,
um dia, todos os dias isso vem acontecendo, os dias vão mostrando o
contrário...Aí todos, sem distinção se tornaram cada vez mais seletivos,
tentaram salvar suas almas de pesquisadores impondo um pouco do que restava da
modernidade, do pouco que restava do ideário conservador, ou seja, de primeiro
a Redenção – a sua....o Reconhecimento – o seu....depois os Outros....aqueles
que só poderiam chegar perto, reverenciar, antes era da ordem dos adoradores,
hoje, no esfacelamento desses valores, na tentativa última de glória, virou
sinônimo de todas as esferas da vida. O cotidiano se encheu de tudo
isso...agora...e agora o que temos? A liberdade, um dos poucos atributos, um
dos poucos conceitos que não morreram com a destruição dos valores do século
XX.
“Profetizar a catástrofe é de uma banalidade
inacreditável. Mais original é considerar que ela já aconteceu.” Jean
Baudrillard
De Jean Baudrillard - New York - 1997
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