quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O Texto e o Criador do Texto




O mundo consta da sua matéria total. Pois, não é possível existir outra terra diferente desta, porque qualquer outra, onde que se achasse tenderia para o centro desta.
Tomás de Aquino




  O movimento permanece ininterrupto, só as mãos, absoluta do Nada, o poder de manipular as coisas, um comando do cérebro e a língua brota da tela, um comando dos nervos, a tela se move em imagens. A imagem úmida não diz nada além daquilo que o desejo de molhar o mundo com coisas menos imundas é nascedouro do texto.
    O texto tem seu movimento, o mover não é único, como se existisse um apenas, um primeiro movimento, um Deus em sua unidade da ordem e que todas as coisas pertençam a um só mundo. Aquilo que eu chamo, às escuras, roubarei a máxima de Tomás de Aquino para sobreviver ao texto que não chega ao fim.
    O fim é sempre um começo, mas ao contrário do filósofo, a ordem não  é legitimada pelo texto fundador.
  Hoje o texto é a não unidade das coisas, o texto é a não unidade de um exemplar único no mundo. Hoje, o mundo, esse exemplar é o texto estilhaçado em muitos mundos, o porquê das coisas de não terem apenas uma unidade, um entra e sai ao mesmo tempo das unidades contrariam a ordem do criador.
      



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