domingo, 23 de agosto de 2009

Cartas do Rainer Maria Rilke


"Rilke em Moscou" desenho de Leonid Pasternak

Relendo Rilke, sempre quando posso retorno aos autores que admiro, assim vale para a literatura, cinema e filosofia. Nunca retorno à obra simplesmente, volto à criação. Isso em Cartas a um jovem poeta, ele escreve sobre arte, o tempo certo sem medida para se chegar ao ato de criação. Algumas passagens.

“Aí o tempo não serve de medida: um ano nada vale, dez anos não são nada. Ser artista não significa calcular e contar, mas sim amadurecer como a árvore que não apressa a sua seiva e enfrenta tranquila as tempestades da primavera, sem medo de que depois dela não venha nenhum verão.”


“As obras de arte são de uma infinita solidão; nada as pode alcançar tão pouco quanto a crítica. Só o amor as pode compreender e manter e mostrar-se justo com elas.”


E finalizando a correspondência, Rilke revela a sua condição de vida, um homem sem condições financeiras.

“Finalmente, quanto a meus livros, gostaria de mandar-lhes todos os que lhe pudessem agradar. Mas sou muito pobre e meus livros, mal publicados, não me pertencem mais. Eu mesmo não os posso comprar, nem dar, portanto, — como tão frequentemente teria vontade de fazê-lo, — a quem lhes demonstra afeição.”


Carta a um jovem poeta. Tradução de Paulo Rónai, Globo, Porto Alegre-Rio de Janeiro, 1984.

3 comentários:

. fina flor . disse...

ai que liiiindo, fiquei com vontade de ler ;o)

beijos, querido e boa semana,

MM.

. fina flor . disse...

ai, ai, esse post que tanto amei.... até reli uns pedaços...

beijos, querido e boa semana

MM.

eXequiela disse...

Hola Paulo,
Felicitaciones por tu blog. Intercambiamos unos mensajes hace unos meses... Los dos comentábamos/leìamos el blog de Caetano. Te quería invitar a participar de la red de colaboradores de la revista electrónica que Joaldo (también participante de OeP) está creando, yo lo estoy ayudando. Visitanos y decinos qué te parece, nos encantaría que participaras http://impertinazes.ning.com/. Saludos desde Buenos Aires.

Passagens

        Brassaï - Pont Neuf, Paris (1949)     “ As ruas são a morado do coletivo.” Walter Benjamin “Na praia, o homem, com os braços cru...