domingo, 11 de maio de 2008

A Lembrança do Pensamento


Olhar do café


“O inicial acontece apropriadamente antes de tudo aquilo que está por vir, e advém, por isso, apesar de veladamente, como o puro vir ao homem histórico. Ele nunca perece, ele nunca é algo que passou.” Heidegger (Nietzsche II – A Lembrança da Metafísica).


O início é o começo do pensar diante do histórico. É o ser manifesto nas coisas e deste inicial o pensar desvela o acontecimento em face do já acontecido. A lembrança do passado está aos olhos para aquém de quem nunca tocou o acontecimento sem antes de ousar ir além. Estar presente na vontade é não estar pressupondo estar além, de outro modo, é poder ter as características reais de se alcançar a lógica do que é imposto. A racionalidade do acontecimento não mais é a tentativa idealista de acontecer sem que haja a dúvida, pois quem duvidaria da prova? Só o louco que se vale do pensamento. A poética é o artifício, uma das saídas do homem, a outra é o bater de frente com a lógica nas próprias alternativas do pensador, a saber, nunca escapar do cerne das questões, nunca deixar de conhecer o miolo do pão abatumado da história e nunca se dar por vencido em face das autoridades instituídas. Para isso o início é a primeira lembrança do acontecimento que me vem à cabeça depois de ler Heidegger e o pensamento fundador em Nietzsche. Aquilo que nunca perece é o que nos move, nos toma pela mão e nos leva à reflexão a não desistir do pensamento. A maquinaria do pensar é estar na linguagem e nas suas iniciais leituras do tempo dos homens que não desistiram do “improvável” enfrentamento de vida.

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