segunda-feira, 14 de abril de 2008

Com as minorias, os vencidos e os excluídos



Morin escreveu no livro "Meus Demônios", Bertrand Brasil, 1997:

"O paradoxo é apenas aparente; foi a raiz de minha experiência judaica que, tornando-me mais sensível a tudo o que é humilhação e rejeição, distanciou-me da Bíblia e dos israelenses, e me fez tornar-me pró-palestino. Estou com os vencidos. Sei que, quando os vencidos forem vencedores, serão como os vencedores. Não é suficiente ser perseguido para se tornar melhor. O papel de vítima conduz muitas vezes ao de carrasco. Fiquei arrasado, como disse, com o comportamento dos comunistas que sofreram nos campos nazistas, mas que não passaram a questionar o princípio do campo de concentração para os 'anticomunistas'. Fiquei mais arrasado pelo comportamento de Israel, que não esquece de perseguir seus perseguidores, mas esquece que mil anos de perseguição deveriam levar a ver com horror qualquer tipo de perseguição".

No livro O Método 4, Sulina, 1998, o segundo livro do Morin que eu editei, antes fora o Terra-Pátria em 1995:

"Não podemos passar sem uma concepção de mundo e do homem, isto é, sem uma filosofia. Não podemos passar sem idéias, tampouco sem poesias, músicas, romances, para compreender nosso ser-no-mundo, ou seja, para conhecer. Não podemos dispensar a ética. Os nossos valores não podem, claro, ser provados empírica e logicamente, mas a nossa lógica e o nosso conhecimento empírico podem dialogar com eles".

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