“O real escapa a cada linha como se não passasse de uma
vaga referência literária. Paradoxalmente o inverossímil não deslegitima ou
falseia a narrativa.”
Juremir Machado da Silva
“(...) um recorte do vivido em atos descontínuos ou uma
referências a ‘coisas’ cujo estatuto não se precisou, ou somente uma posição
entre o visível e o invisível.”
Maurice Merleau-Ponty
Tive
um sonho, em que ela estava em pé,
eu
sentado em uma poltrona, olhos fixos, perdidos.
A
visão mais linda era que ela estava seminua, livre.
Eu
sentindo o todo do seu cheiro, a voz vindo de cima
como
um som que escorrega, carrega a imaginação tilintar,
o
sussurro descendo os seios, barulho de água nas pedras, um instrumento entre a
natureza e a imaginação.
O
ventre quase dentro de mim. Meu campo de visão, coração aberto no tempo
perdido.
Minha
boca se perdendo no tempo de um corpo, a voz indo no mesmo ritmo de minha
língua. A explosão de um planeta a milhões de anos nos faz sentir seres
imaginários.
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