“...aqui onde se eleva e se arranca uma fala musical,
ali onde o visível se cobre ou se afunda.”
Gilles Deleuze
Mais uma noite, início de setembro, o céu escuro, alto
e bom som,
Fogo, os tiros, os cantos, os gritos,
O inimigo a olho nu.
A ordem das coisas é a representação da democracia,
A repressão, virtude dos descontentes.
O jogo é real, o sonho é vital, a ordem é matar o
contêiner,
Os dados lançados, o crime é punido.
O tecido social é o burquini de nossa democracia,
Entre as vestes e a ordem, a nudez é a pele da vida.
O poder condena a forma de vestir, esquece do mal que
faz,
Toda ordem tem um nome, o povo come cinzas, cores
espelham,
O fogo é o fim que some na escuridão.
Em nome da Democracia a constituição é rasgada,
Morte e Vida.
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