Anselm KIEFFER – Melancholia, 1988
“Vai
Para o olho,
Para o úmido.”
“o mundo, um cristal em mil
Irrompeu, irrompeu.”
Paul
Celan
Quando eu começo, o fim chega ao começo,
O beijo é o toque leve da vida, a profundeza,
O sonho e a dor no desejo.
O fim, o toque no teu céu.
A língua ávida, afiada para a vida,
O fim da estrada que avança ao léu,
Sumir nesta boca é correr o risco de viver,
De andar e desenhar com os olhos no rio,
O que desce e molha até o fim do mapa,
Avança sem trégua ao corpo.
A cidade é o espelho do mar que avança,
A tela que apaga a cor do dia, o último sol,
O brilho na janela do olhar,
Uma luz entre as pernas escoa na escuridão.
Os lábios no copo, o mundo entre mãos,
Um sinal de vida na barricada das margens,
A última olhada é na mancha que surge ao longe,
Olhar se perde na tristeza das águas.
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