“Os panoramas, que anunciam uma revolução nas relações
da arte com a técnica, são ao mesmo tempo expressão de um novo sentimento de
vida.”
Walter Benjamin
Walter Benjamin
Poucas músicas são como
poucos olhos a ser visto na distância dos olhos. Ocultos, bem próximo da
memória, minha mão acompanha o pensar, a curva do olhar dobra o velho porto
abandonado. Então, eu estava a olhar o outro lado das coisas, estava a caminho
do rio, passei por bares, mistura de sons, a alegoria das cores que vinha do
rio, a conversa dos olhos, o sentido da música, o fim da rua. Estava à beira do
Tejo. O fundo do rio surgia uma mesa na passagem do passado ao presente, um
bar, o som perdido no vento brando das águas no ritmo contrário da cidade. As
pessoas de um lado ao outro vinham ao mesmo tempo de onde estava olhar, a
construção dos olhos é como um barco que aporta no velho cais. Algo que
procurei, um som que não escutava, desde um tempo não tão longe dos olhos mas
longe do sentir, a memória não deu trégua, veio com tudo, trouxe o som com a
força da correnteza. Estava ali, os pés voltado ao Tejo.
Um comentário:
Afiado!
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