Paris La nuit - Brassaï
“Pois quem conseguiria com um só gesto virar o
forro do tempo do avesso?”
Walter Benjamin
O velho no novo, o novo
não é do velho,
Veremos o quão duradouro o
sempre do tempo:
o novo amanhece, o velho
não dorme,
o novo morre cedo, o velho
nasce tarde.
A vida é o velho no novo.
O novo é a metáfora da
vida, o velho, a vida.
O velho é a linguagem do
tempo que se compreende
O eterno retorno que
estende sobre o tempo –
a velhice e a juventude.
O novo é espécie mais bem
acabada do fim,
Nasce a música, a imagem
transforma o acaso,
a roupa é mera constatação
da finitude.
O novo é o começo para o
dia,
Mas só o velho sabe o que
existe depois da luz,
Exceto, o novo de olhos
bem abertos, um fonema,
A língua exala, estala, e
bebe os dias do futuro.
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