sexta-feira, 23 de maio de 2014

O eterno retorno

Paris La nuit - Brassaï

“Pois quem conseguiria com um só gesto virar o forro do tempo do avesso?”
Walter Benjamin


O velho no novo, o novo não é do velho,
Veremos o quão duradouro o sempre do tempo:
o novo amanhece, o velho não dorme,
o novo morre cedo, o velho nasce tarde.
A vida é o velho no novo.
O novo é a metáfora da vida, o velho, a vida.

O velho é a linguagem do tempo que se compreende
O eterno retorno que estende sobre o tempo –
a velhice e a juventude.
O novo é espécie mais bem acabada do fim,
Nasce a música, a imagem transforma o acaso,
a roupa é mera constatação da finitude.

O novo é o começo para o dia,
Mas só o velho sabe o que existe depois da luz,
Exceto, o novo de olhos bem abertos, um fonema,
A língua exala, estala, e bebe os dias do futuro.


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