domingo, 8 de setembro de 2013

Relógio do coração


“O mundo está em minha cabeça. Meu corpo está no mundo.”
Paul Auster
                  

Eu sou da paz, sou da luta, desordem das verdades,
Eu sou do medo que deixou de ter medo.
As bombas, os fogos, os olhos lacrimejam enquanto dormes.
Eu sou de uma luta que quer arrancar o coração,
quer avançar o esquadrão armado, quer amar,
Morrer na hora certa do tempo.
Eu sou um relógio perdido.
Eu sou tua escuta no silêncio das noites, sou teu algoz.
Eu me distancio na textualidade do virtual, o tempo dos olhos no relógio que habito, eu sou o único, sou da paz:
a luta fica para o nosso acordar.
Eu sou o eterno viajante em busca de algum lugar do mundo para me mudar,
Eu sou um inconformado com o teu jeito de quebrar as vidraças.
Não esqueças que a tua sensibilidade é ver melhor o mundo vivido.


                                                       Imagens: Bebeto Alves

Um comentário:

bebeto alves disse...

Muito bom, Luís. O texto realmente dá uma coceirinha musical.
Grande abraço.

Passagens

        Brassaï - Pont Neuf, Paris (1949)     “ As ruas são a morado do coletivo.” Walter Benjamin “Na praia, o homem, com os braços cru...