quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Os olhos da Gata



Teus olhos felinos jamais esconderam a solidão, os olhos farejaram o mundo. Os pés desceram as escadas da casa dos Prigents sem deixar rastro, os quatro pés do vento do esquecimento no armário do andar de cima será o segredo do casal. Nossos corações não esquecerão o fugidio agrado da Gata. A Gata mordia os cacos das rugas, andava de um lado a outro sem ser vista, a pele brilhava ao ter a Gata ao lado, só Anne percebia seu talento de fuga. Ela, a Gata jamais dava as horas aos homens, benzia as mãos de sua dona, a Gata atravessou o oceano, amou a casa dos verdadeiros amigos, marcou seu tempo nas roupas dos convivas. A Gata partiu para São Paulo no último suspiro de verão.

Yeux de Chat


Tes yeux félins n’ont jamais su cacher la solitude, tes yeux ont reniflé le monde. Tes pattes ont dévalé les escaliers de la maison des Prigent sans y laisser de trace, les quatre pattes du vent de l’oubli dans l’armoire de l’étage du dessus seront le secret du couple. Nos cœurs n’oublieront pas les tendresses fugaces du chat. Elle mordillait les fragments de rides, elle allait d’un endroit à l’autre en cachette. Ta peau brillait quand le chat était contre, seule Anne reconnaissait ses talents de fugueuse. Le chat n’accordait jamais ses faveurs aux hommes, elle bénissait les mains de sa maîtresse. Elle a traversé l’océan, elle a aimé le foyer des amis vrais, elle a laissé l’empreinte de son temps sur les vêtements des hôtes. Elle est partie pour São Paulo au soupir dernier de l’été.
(Transtradução: Ronan Prigent)


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