segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O Ser Sem Representação



Esse futuro nos iludira, mas não importava: amanhã correremos mais depressa, estenderemos mais os braços... E, uma bela manhã...
F. Scoott Fitzgerald
                  

Ícones do corpo, espaço da não representação, o olho furado tem espaço no mundo virtual, ganha a expressão das cores em notas musicais, a tribal eletrônica Björk expande os sentidos dos meus dias, os tambores me levam para longe das máscaras, o Brasil virou uma sinfonia de arrepiar, um sonho fora do lugar... essa é a distância entre o devir e o isolamento absoluto de uma realidade neurotizada pela tentação do conhecimento único. O próprio movimento do que é feito os corpos, os sons e a imagem que vem da unidade do ser e do nada, e como bem disse Heidegger “...a realidade do mundo não pode consistir em um ser”.

Eu olho no horizonte a tua partida a outro país, a tua arte ficou no caos do cotidiano, a inquietação das coisas é que dá ânimo ao sonho à sinfonia da Terra... É como o ciberespaço que não se concretiza, ele é a orgia dos corações que atravessa o tempo, que muda de local em busca do primeiro movimento.

Os amores não morrem na violência do Estado, e nem essa fábula hiper-real do político fundará o outro tipo de violência acobertada da própria derrocada em nome da ordem. Estamos entre os que se iludiram e os que insistem em forjar sonhos. O pensamento é como a música, talvez um dos poucos atos que ainda existem para mover a única coisa que importa na Terra, a Vida.

                                                    As pessoas se reconhecem na probabilidade das diferenças.
Jean-François Lyotard



Um comentário:

Marta Martinz disse...

Gostei dessa dicotomia entre o corpo e a alma, o conhecimento e o sentido. Aiai...

Relógio do Ser

  “Deixar de viver fragmentariamente.”   E. M. Forster   Andar, caminhar nas nuvens, deslizando memórias no tempo que desloca a imagem entre...