domingo, 10 de março de 2013

PÁGINA DO TEMPO TRANSCENDENTAL

                                                    Reims- La maison Taittinger


“...olhar para o Então como o mesmo rigor com que olhas para o Agora, e depressa chegas à conclusão que existe pouca diferença  entre eles, de que o Então e o Agora são essencialmente o mesmo.”
Diário de Inverno – Paul Auster

Eu cansei dessa história, dessa tragédia que está alimentando o monstro do formalismo oco, do evasivo e da condenação. A humanidade tem medo o medo que perpassa em toda sua extensão, por dentro no Ser quando a incompetência perpassa sua vidinha ordinária, por isso, chora, quando deveria estar acordada, bem antes da tragédia que ela alimenta vir à tona. Estamos no fim de um período, ou melhor, matamos um ciclo sem a menor cerimônia mas também pelo simples fato que não estamos mais a ver a longitude do passado. A distância é apenas um espaço que separa os povos de suas crenças, dos fanatismos, dos ídolos forjados, das razões enlouquecidas e dos excessos, da confiança na Verdade e de um tempo que tudo se apaga quando deveria iluminar mais tempo. Imaginamos que não há mais espaço entre nós e o futuro, ilusão – não da máquina – essa virou uma obsessão do homem contemporâneo, mas o que mesmo fazer com o que temos em mãos. O presente é uma poeira, o dia e a noite poderá se a mesma coisa, basta acreditar cegamente nesta distância ilusória que nós vivemos.

“A transcendência está fundada na ‘reflexão’. A reflexão é em sua essência própria transcendental, isto é, ela realiza a transcendência e a condiciona assim efetivamente.” (Martin Heidegger em “Nietzsche”, p. 559)

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