“...olhar para o Então como o mesmo rigor com que
olhas para o Agora, e depressa chegas à conclusão que existe pouca
diferença entre eles, de que o Então e o
Agora são essencialmente o mesmo.”
Diário de Inverno – Paul Auster
Eu cansei dessa história, dessa tragédia que está
alimentando o monstro do formalismo oco, do evasivo e da condenação. A
humanidade tem medo o medo que perpassa em toda sua extensão, por dentro no Ser
quando a incompetência perpassa sua vidinha ordinária, por isso, chora, quando
deveria estar acordada, bem antes da tragédia que ela alimenta vir à tona.
Estamos no fim de um período, ou melhor, matamos um ciclo sem a menor cerimônia
mas também pelo simples fato que não estamos mais a ver a longitude do passado.
A distância é apenas um espaço que separa os povos de suas crenças, dos fanatismos,
dos ídolos forjados, das razões enlouquecidas e dos excessos, da confiança na
Verdade e de um tempo que tudo se apaga quando deveria iluminar mais tempo.
Imaginamos que não há mais espaço entre nós e o futuro, ilusão – não da máquina
– essa virou uma obsessão do homem contemporâneo, mas o que mesmo fazer com o
que temos em mãos. O presente é uma poeira, o dia e a noite poderá se a mesma
coisa, basta acreditar cegamente nesta distância ilusória que nós vivemos.
“A transcendência está fundada na ‘reflexão’. A reflexão é
em sua essência própria transcendental, isto é, ela realiza a transcendência e
a condiciona assim efetivamente.” (Martin Heidegger em “Nietzsche”, p. 559)
Nenhum comentário:
Postar um comentário