“O livro é sem autor porque se escreve a partir do desaparecimento
falante do autor. Ele precisa do escritor, na medida em que este é ausência e
lugar da ausência.”
Maurice Blanchot
É
de cima que vejo seus mistérios, desligo-me dos dias, que me extravio em seus
becos, que sigo seus cafés pelo cheiro no tempo, que retomo fôlego após tomar
um vinho, e prossigo qual gato escuro, a me perder em sua história. Com olhos
atentos, penetro em seus túneis, cato restos da vida como se estivesse a buscar
o sentido das ruas no aroma das chaminés de seus prédios. Banho-me em sua chuva
e passo a passo vou à nascente das estações em busca do próximo trem. Dia após
dia, acordar aos teus olhos é poder viver a luz que vem da velocidade dos
sonhos de tuas paredes vívidas e de tua opulência cimeira aos transeuntes.
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Banho-me em sua chuva e passo a passo vou à nascente das estações em busca do próximo trem
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