
Foto: Boris Pasmonkov
"e na medida em que estamos no dia, o dia ainda é contemporâneo do seu despertar."
Maurice Blanchot
As imagens que trago numa mala é como a língua afiada de Blanchot, “Soberba potências, diz Pascal, que faz da eternidade um nada e do nada uma eternidade”, quando fala da imagem que fala intimamente de nós. Esse segredo é frágil, a imagem é desintegrada no movimento que ela mesmo faz; entre o íntimo, entre as paredes do imaginar, o cruzar das fronteiras ao adicionar o real que se estabelece em outro imaginário. Ele chama de “fundo sórdido”, esse vazio que para lá vai a imagem, que sai de nós, porque a vizinhança também tem a imagem. Não importa a tela que temos no interior de nós, impõe-se aí algo além do desejo. O signo da imagem está na “felicidade da imagem que ela é um limite perto do indefinido”. Um fundo que pode ter cores ou não, mas no tempo, tem suas próprias características que vem das imagens.
Um comentário:
ahhh, eu não chamaria de fundo sordido, algumas imagens merecem um lugar melhor para habitar, rs*
beijos, querido
MM.
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