terça-feira, 20 de outubro de 2009

O fantasma em cena


Godard no filme de Win Wenders -Quarto 666



Philip Roth em "Fantasma sai de cena".

“Quando se realiza um experimento como esse depois de passar vinte ou trinta anos afastado da obra de um escritor, nunca se pode ter certeza do que se vai encontrar, a constatação de que um escritor outrora admirado agora parece datado ou a consciência do quanto se era ingênuo no passado. Mas por volta de meia-noite eu estava tão convencido quanto estivera nos anos 1950 de que o âmbito estreito da prosa de Lonoff, seus interesses limitados e a contenção inflexível que ele adotava, em vez de implodir as implicações dos contos e diminuir seu impacto, produziam as enigmáticas reverberações de um gongo, reverberações que deixavam o leitor admirado de como era possível tanta seriedade e tanto humor se combinarem num espaço tão pequeno, junto com um ceticismo tão radical. Era precisamente a limitação de meios que tornava cada historinha não uma leitura frustrante, e sim um feito mágico, como se uma narrativa folclórica, ou um conto de fadas, ou uma história de Mamãe Gansa, fosse interiormente iluminada pela inteligência de Pascal.”

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