sábado, 27 de outubro de 2007

A Cotidianidade da Vida


Foto de Sophie Calle



UM RIBOMBAR:
a própria verdade
que entre as pessoas
surgiu,
em meio ao
turbilhão de metáforas.
Paul Celan em “Cristal”, tradução de Claudia Cavalcanti, Ed. Iluminuras.




Retomo o olhar à pre-sença dos tempos, lá no fundo da sala existe o obscuro da vida.
O que está no quadro é a imagem delimitada da exterioridade que brotou do interior.
O cotidiano da palavra, a perdição e o encontro das coisas ocultas.
Ali achei meus olhos a compreender imagens e sons que já tinha esquecido, mas acabo por encontrá-los no sentido existencial da cotidianidade.
É ilusório lembrar que contar os dias acumulo o cotidiano, como se tivesse próximo da verdade ontológica do ser.
Prefiro revestir as parte da casa com o tempo de vida, com o eterno ontem e o presente sempre antes que o amanhã bata à porta.

2 comentários:

Anne Petit disse...

Luís! Por mais incrível que possa parecer, o cotidiano bate incansávelmente á porta das casas. Cotidiano por tantas vezes feliz na simplicidade das coisas mais espontâneas. Que linda imagem! E sabes que ás vezes penso que quando o cotidiano vem correndo acompanhado da rotina e toca a campainha e sai correndo feliz, quem fica é a rotina. E quando a gente abre a porta vem aquele vento frio. O calor se foi embora no cotidiano que passa rápido. E a rotina, solitária, prefere sempre entrar, e ir direto pra sala, se acomodar na poltrona e por lá ficar. Cotidiano, rotina, palavras....horas que eu passaria pensando toda essa significação. Boa semana!

Anônimo disse...

Não deixe de ler o último livro do David Coimbra, Jogo de Damas. Ele lança um olhar, digamos, nada convencional sobre os grandes filósofos. Acho que tu curtirias.
Há braços!!

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