sexta-feira, 13 de julho de 2007

Metáforas da Pedra



“Por isso seu Decreto de Aço
Como dois Pólos nos fez sós
(Embora o Amor como um compasso
Circunde o mundo todo em nós),
A menos que o Céu oco caia,
A Terra perca o seu Império
E o Globo inteiro se contraia
Para nós dois em Planisfério.”

Andrew Marvell (1621-1678)
Transtradução de Augusto de Campos



Esse coração despedaçado mais parece uma couraça blasé sobre a pele morena. Onde morava o Ser agora mora o espectro digitalizado de um beijo frio. Nem mesmo as Bachianas te move dos lençóis dormidos. Ainda bem que hoje é sábado. A noite dos anos 80 é a mesma desse século. Só morre de tédio quem transforma o signo da vida em realidade. Sempre vivemos as possibilidades, acontece que nem sempre se pode contar com ela na solidão e que um coração se petrifica depois que perde o sangue congelado do último adeus.

3 comentários:

Ju disse...

o primeiro oi sempre é o caminho para o último adeus... a distância é o q dói. sinto saudades, querido!
beijo.

Marcus Fabiano disse...

TARDE DEMAIS

A ganância das empresas aéras, somada ao estilo muito brasileiro do já tá bom assim, liberaram uma pista sem acabamento que matou mais de 200 pessoas em São Paulo, cidade milionária e cancerosa que ainda mantém um aeroporto entre suas avenidas. O sindicato dos pilotos alerta ainda para algo que ninguém quer considerar: as aeronaves modernas são máquinas cada vez mais computadorizadas cujos controles não compreendem comandos emergenciais e rápidos. O avião simplesmente não tinha um manche que operasse em modo manual. É sabido que o piloto tentou arremeter para abortar a aterrissagem. Mas o computador do Airbus estava em modo “pouso” e provavelmente tenha se negado a obedecer os comandos. Em plenos Jogos Panamericanos, eis o Brasil chorando sobre suas graxeiras abertas. Que o além tenha piedade dessas almas carbonizadas. É preciso voltar a confiar no homem. Mas não em todos.

. fina flor . disse...

Huuuuum, adorei isso: Só morre de tédio quem transforma o signo da vida em realidade.

beijos, querido

MM

Passagens

        Brassaï - Pont Neuf, Paris (1949)     “ As ruas são a morado do coletivo.” Walter Benjamin “Na praia, o homem, com os braços cru...