“Universal
como a violência e a morte, a dor nos iguala.”
Michel
Serres
Milhões
de pessoas em suas vidas, em casas, sós ou acompanhadas, partidas, inteiras, felizes,
tristes, por meio e metade de um tudo, e todos estão algures – lugar próximo deste
mundo. Eu aqui, inteiro, em pedaços, parte do todo, nau perdida em sonhos, esperto
para o amanhã. Fuga necessária para o outro lado do rio, braços e pernas
aquecidos para entrar a nado e nado até o lado seguro da vida. Depois, então a
me secar ao vento, de outro lugar, sem luzes difusas de restos e sobras do
passado, feito no tempo que mete medo aos passantes. Passado e presente, entre
roupas e dores alimentadas de promessas do outro lado de lá, do tempo que ficou
marcado como se fosse dor de dente. Esquecido de tudo, estar prestes e se atirar
nas águas que podem levá-lo longe, bem longe das verdades em compotas. A vida −
depois de tudo − é um corpo que some a distância da ira dos que estão do lado
de lá. No
canto da boca existe um rio, a fuga, palavras, o que voa é o que fica no espaço
entre o fim do olhar e o horizonte do pensamento.
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