“O modo de temporalização em que a atualidade ‘surge’
funda-se na essência da temporalidade, que é finita.”
Martin Heidegger
Ando sem o meu “tempo” para escrever, é como uma
doença, andar em busca do seu próprio tempo, quase me perco nesta procura.
É como estar em alto-mar, perdido, em busca do tempo, uma saída da imensidão, a
procura enlouquecida que nunca nos leva a nada. Eu sei. A poética está perdida.
O texto perdido soa como se fosse
palavras, músicas sem autoria, sai da boca, desarticulado se perde na imensidão.
O tempo não é mais imponente do que se pensa ser quando intuído. É o movimento
que faz do tempo esse mar sem saídas, a imensidão não me convence da eternidade.
Ando em busca do Nada.
O tempo que busco não é de ninguém, mergulho nas
palavras que se reúnem nas águas do pensamento. Consigo ficar a frente do
barco, olhos perdidos na escuridão, a luz que vem do fundo, mar e céu fazem o
ritmo da escritura. A palavra é um segredo ou é a bússola que desata os
sentidos que se perderam? Andar sem tempo e buscar a infinitude dos sentidos
parece ser o mesmo absurdo do que querer um mar sem segredos.
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