Quero tua língua falando aos meus sentidos, tua voz
melancólica, esse sorriso aberto a cantar nas estrelas, teu olho do azul profundo sobrevoa como se fosse um pássaro do além-mar.
O teu olhar não petrifica os sonhos, o teu brilho é fonte
de energia aos que nascem, o teu olhar não ilumina, é fonte interna de prazer nas
páginas de um livro. Tudo aqui nasce e fica entre o sonho e a boca, entre a
audição e o corpo.
A dança é o nascente da linguagem, é o que faz a imagem
ter um sentido do prazer, as cores mudam em tua cabeça, os cabelos esvoaçantes
nos olhos da liberdade. A cabeça muda as cores, muda a forma de mudar, o
conteúdo e forma, um tiro de tinta na guerra dos ódios.
A tua voz é minha cura, é dança que não acaba mais, um
presságio não é garantia de vida, é vida que se vive. E a miséria, já dizia
Breton, “a miséria moral deste tempo é infinita”. Vamos ao espaço
ouvindo os acordes de tuas cores.
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