sábado, 15 de fevereiro de 2014

O Trem Noturno

    Imagem do filme Trem Noturno para Lisboa


“Tudo se me confunde. Quando julgo que recordo, é outra coisa que penso; se vejo, ignoro, e quando me distraio, nitidamente vejo.”
Fernando Pessoa – Livro do Desassossego

Quando te olho fico com medo,
Quando fico com medo,
Olho teus olhos.
O desejo é parte do olho oculto.
A tua pele é minha olheira,
Adormeço em teu barco.
De olhos escuros, embaçados,
Tuas águas em boca escaldante,
Que me mergulha na translucidez que:
Me olha,
Te come,
Te olho,
Te mordo.
A cauda da vida é a serpente,
O trem que desaparece no desconhecido.




Nenhum comentário:

Passagens

        Brassaï - Pont Neuf, Paris (1949)     “ As ruas são a morado do coletivo.” Walter Benjamin “Na praia, o homem, com os braços cru...