sábado, 17 de abril de 2021

Noite

 


Agora a sentimos inesgotável
como um antigo vinho
e ninguém pode contemplá-la sem vertigem.”
(J. L. Borges – História da noite)

 

 

 


E uma voz dançava em meus olhos, estonteante,

Cabelos soltos em braços enérgicos, um fio de luz,

Aumentava nossa música, o corpo em movimento,

Os sonhos noite adentro, no balbucio em ritmo,

O desejo de cantar a relva das folhas nos abraços,

O outono joga teu cheiro que toma conta dos sentidos,

E o distanciamento que aproxima os opostos,

Da Terra e da água no perfume que se perde.

Dos prédios que nos separam, das ruas que nos unem,

A fonte de águas morredoras em lágrimas que escoam,

Teu olhar pegou o último voo, estás livre.

Não depender da nação, sentir saudades da infância,

Tudo é movido, move nossos sonhos.

 


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