Teatro Municipal de Rio de Janeiro - 2012
“Como eu aqui agora
Pensando sobre o além
Já não haverá o além”
Gilberto Gil
Como é bom te ouvir, te ver Gil, é bom ver Gilberto Gil, te sentir, ouvir a voz, sentir o veludo de tua voz da pele na música. Deslizar nos sentidos. Como é bom sentir tua presença, a infinita paixão, o amor quântico, o riso protetor de tua voz, a melodia em meu caminho, o caminhar da tua vida na solidão dos caminhantes. Como é bom te ter, dentro, diante de ti no mais elevado prazer, gozar te ouvindo. Vendo-o cantar, nesses anos todos de minha vida senti mais o humano de tudo que vivi.
Como é bom preparar meus dias, ouvir tua
voz no fundo, no quarto ao lado, no soluço do amor, na viagem que não acabou,
na consideração de um dia ter sido o que sou. Como é bom poder abrir os olhos e
saber que existe, que me acompanhou durante esses anos todos que vivi, nos
amores que tive, nas fugas que fiz, nos adeuses que sempre te ouvi. Me
acompanha na distância da poesia que é onipresente. Passei diante de uma
igreja, resisti, não casei, pensei em ti, e te oriente rapaz, o amor
desapareceu, não fui para o Japão, perdi o amor. Amei mais, tanto que nunca
deixei de ter essa capacidade de me procurar, encontrar Gil dos prazeres, dos
mortais o bem melhor do sentir sem o medo de ir, de continuar no caminho do
desconhecido.
A música, a lanterna que abre espaço na
escuridão, a companheira da insônia, da fuga dos excluídos que se alimentam de
luz. Partir deste fim ao início de tudo.
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