“E assim, à
medida que o sol se punha, uma visão foi se impondo aos meus olhos.”
Antonin Artaud
Nas
redes sociais as pessoas que gostam de legitimar a cultura do óbvio, da
constatação, da quantidade, essas, emburreceram de vez. Jogam suas frustrações
na falta de tempo para compreender a vida, naquilo que ela possa nos apresentar
de novo, de desconhecido. A vida é o tempo de todas as coisas, o mais simples é
o extremo, destruidor ou construtivo: arrasar ou adorar. É mais fácil primeiro
adorar, depois, em outro sentido, destruir o pensamento contrário; sem se dar
conta, pode-se estar cavando o próprio erro: o fim é o limite para o pensamento
duro. O que vem a ser o pensamento duro, bruto? É o pensar dentro da construção
cultural dual, em que existem os polos do bem e do mal. Essa religiosidade racional
é parte da vida, é claro, não serei eu a refutar todas as manifestações pelo
simples fato de pensar diferente. Eis a reflexão dos frágeis, pensar, refletir,
o contraponto do monismo deste tempo irredutivelmente evaporizado no digital
DNA das fraquezas brutais dos homens; está faltando Alteridade.
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