domingo, 10 de setembro de 2017

Dançar e Punir

       William Blake Oberon, Titania and Puck with Fairies Dancing



“E assim, à medida que o sol se punha, uma visão foi se impondo aos meus olhos.”
Antonin Artaud

Nas redes sociais as pessoas que gostam de legitimar a cultura do óbvio, da constatação, da quantidade, essas, emburreceram de vez. Jogam suas frustrações na falta de tempo para compreender a vida, naquilo que ela possa nos apresentar de novo, de desconhecido. A vida é o tempo de todas as coisas, o mais simples é o extremo, destruidor ou construtivo: arrasar ou adorar. É mais fácil primeiro adorar, depois, em outro sentido, destruir o pensamento contrário; sem se dar conta, pode-se estar cavando o próprio erro: o fim é o limite para o pensamento duro. O que vem a ser o pensamento duro, bruto? É o pensar dentro da construção cultural dual, em que existem os polos do bem e do mal. Essa religiosidade racional é parte da vida, é claro, não serei eu a refutar todas as manifestações pelo simples fato de pensar diferente. Eis a reflexão dos frágeis, pensar, refletir, o contraponto do monismo deste tempo irredutivelmente evaporizado no digital DNA das fraquezas brutais dos homens; está faltando Alteridade.



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