sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Outubro



Outubro, choveu tanto este mês,
Outubro fiz aniversário, sol no fim de tarde,
Outubro é primavera, fiz meus olhos ficarem verdes,
Tive tempo de deixar vermelho meu pensamento,
Fui até o espelho e vi o vulto da velhice dançando,
Meu corpo é um rio temperado de cumplicidade com a vida.

Vou sair para ver o rio transbordar, santuário de águas,
Vou ouvir o canto do sabiá antes do dia se apresentar,
Outubro, eu entre os librianos, é o som da rua,
O ladrão que esconde a chuva para não se molhar,
O político que é preso para o tempo ser ultrapassado.
Outubro, política da violência que discorre - dia e noite.

Outubro é o mês do Cartola e de Vinicius.
Em outubro a dor passa mas não descansa,
A música é sumo nos lábios, entoa qualquer saída,
Viver é a facilidade de todas as notas do pensamento.



Nenhum comentário:

Passagens

        Brassaï - Pont Neuf, Paris (1949)     “ As ruas são a morado do coletivo.” Walter Benjamin “Na praia, o homem, com os braços cru...