“Quando dois filósofos não concordam em relação ao ser,
eles não concordam em nada.” Étienne Gilson
Havia muito tempo que eu só pensava, passei alguns
anos, dias em pensamentos, totalmente absorto. Era uma disputa entre o que eu
estava a pensar e o que externamente me cercava.
Acordo sob a égide do panegírico dos homens
engravatados que discursavam, mostravam uma tecnologia do século XX, depois
disso pensei: realmente, o mundo é feito apenas de convicções. Voltei aos
pensamentos. No outro dia o líder maior das minorias e maiorias desanda a
desvendar a realidade vazia e a perplexidade em que as pessoas se encontram.
Mais uma vez sem convicções, me tornei mais cético do
que já sou. Não a ponto de cometer uma asneira existencial e me agarrar a uma
promessa prometeica. Tenho respeito ao mito, mas àqueles que foram forjados, e
ninguém com mais de cinco anos leva a sério esses mitos. Errado. Todos se
agarram a mitos. Ao homem cabe o argumento, aos deuses não cabe nada, aliás,
eles poderiam dar um descanso à insanidade dos homens. Nem tudo está perdido,
existe ainda a capacidade de argumentar, de pensar, até mesmo de reconhecer no
Outro a possibilidade de ler o livro, de ver o filme, de ouvir o som, de poder
refletir sobre todas as coisas sem que as convicções tomem conta dos
argumentos.
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