“...Um e Infindo,
destruído,
eu-truído.
Luz havia.
Salvação.”
Paul Celan
Isto não é um poema. A poesia é para lembrar o tempo
difícil que está para começar, o tempo em que o livro deixará de ser o livro
que ilumina. O livro é que clareia ideias, que faz viajar os corações dos
leitores a outros mundos. Estaremos em outro tempo? A escuridão das ideias me
assusta, temo pelo fim do espaço em que tudo pode ser dito, lido e compreendido,
em que o que valerá são os restos de pensamento. Quase nada! Apenas por ser lei.
Lei da exclusão, é que terá legitimidade. O mundo é esse eterno queimar, esse
esquecimento do que é estranho ao Outro, o que não faz parte do meu pensamento,
para os inquisidores faz parte do mundo. Eu preciso de todos os pensamentos
para poder escolher meu livro preferido, meu filme, a minha música. É preciso
existir a distância para poder ver o que está por perto.
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