sábado, 9 de novembro de 2013

Olhar o fim

    Foto: Bebeto Alves

“No reino do olho nu nada acontece que não tenha seu começo e seu fim.”
Paul Auster

Todos queimam um cigarro até o fim, um dia até o fim,
Os dedos queimam até o fim, o cigarro é até o fim.
Todos queimam a vida até o fim, o beijo queima até o seu fim.
Tudo tem um fim, os dedos envelhecem até o fim, o sorriso espera os dedos envelhecerem até o fim, o riso vive até todos os fins.
Todos olham até o fim, o dia parte até seu fim, os olhos lá ficam a esperar o fim: olhos a sonhar com o outro dia até o fim.



domingo, 3 de novembro de 2013

Teorias do Jogo da Vida



“Por sua vez, o tempo que redescobre não é estranho ao tempo perdido: nós o redescobrimos no próprio âmago do tempo perdido.”
Gilles Deleuze



Os pontos que ganhamos na vida vão além do nada adiante dos pontos que ganhamos no jogo que nos foi imposto, nada aquém das perdas no tempo que ficamos a calcular a medida exata para se ganhar o jogo do pensamento.


Perder é a aposta menor em relação a dor daquele que já perdeu na vida. O Ser e o Jogo, eis o jogo existencial do século XXI... o que percorre no sangue de todos que vivem o limiar da imagem à linguagem digital do pensamento, ao passar do ato de transformação criativo ao ato de jogar o lance da linguagem misturada no pensar ao tabuleiro invisível que o jogo apresenta aos jogadores do pensamento.

Existem outras formas de conhecer esse jogo, através da derrota é um deles... Eis o outro fracasso do jogo, o que se assemelha à vida, o que vai além das expectativas de vida: o jogo é uma música perdida, a lógica do jogador é esquecer o real, a lógica da vida é mostrar ao jogador que o seu fim existe.


Eu me abstenho nessa parada... neste último lance dos dados invisíveis... ando ao lado do intransponível, do Acaso...nem toda regra é absoluta, e sei que nem todo Acaso é uma regra, eu me torno parte das ideias antes do fato consumido e mesmo se tratando de linguagem, o devaneio subjetivo contraria a tudo e a todos. Eu me abstenho...prefiro o risco inominável da linguagem. (continua ao decorrer da leitura em Deleuze).

                  De Mike Hoolboom - blog.

Passagens

        Brassaï - Pont Neuf, Paris (1949)     “ As ruas são a morado do coletivo.” Walter Benjamin “Na praia, o homem, com os braços cru...