sábado, 28 de janeiro de 2012

Depois da hora


Minha vida, cação-bico de ponteio, rio adentro,
Tornozelo temperado de ervas.
Flores que embebedam, passam a dor.
Caminhar fustigado, ensimesmado,
Dor de olhar o tempo, passagem íngreme, filamento de curva,
Olhar no certo olho, minha flor que passou, esvoaçou entre os sonhos,
Morri em Paris, morri de vê-la partir na rua a resmungar.
Fiquei. Toda dor tem sua insignificância.

  

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Muro-imagem


A lembrança pura é a cada vez um lençol ou um contínuo que se conserva no tempo.
Gilles Deleuze
A luz da tua imagem é pífia diante da não imagem
Do acontecimento resta o olhar na fotomensagem.
Pensei nas imagens do instante, cheguei apenas ao Olhar
Uma imagem para além, antes de Resnais
Nunca pensei mais depois,
Tua imagem é um Muro de memória-mundo
Mundo dos cafés, dos Muros a velocidade do tempo.


Passagens

        Brassaï - Pont Neuf, Paris (1949)     “ As ruas são a morado do coletivo.” Walter Benjamin “Na praia, o homem, com os braços cru...